quarta-feira, 7 de novembro de 2012

007 & 666:OPERAÇÃO MISTLETOE - Ian Fleming & Aleister Crowley juntos na Segunda Guerra Mundial




Apesar do título deste artigo parecer algum tipo de conto "elsewhere" de literatura fantástica, ele simplesmente alude a uma das situações mais inusitadas e peculiares dos tempos da segunda guerra mundial - o encontro entre Ian Flemming (Integrante da Inteligência Naval Britânica, jornalista e posteriormente o criador de James Bond famoso Agente 007 dos livros e do cinema) e o magista e ocultista Aleister Crowley(Criador da Thelema, Professor Mundial e Profeta do Novo Aeon) em uma delicada operação secreta chamada "Mistletoe" a serviço de sua majestade.(certamente alguns pensaram no recém-lançado "Operação:Skyfall" ou em alguns outros títulos da franquia cinematográfica) O encontro peculiar de Flemming e Crowley, bem como a operação militar chamada Mistletoe - que contou com requintes magickos  são contados com detalhes nas obras "Secret Agent 666: Aleister Crowley, British Intelligence and the Occult" de Richard B. Spence e citados generosamente em "Aleister Crowley e Dion Fortune: O Logos do Aeon e a Shakti da Era" de Alan Richardson, lançado no Brasil pela Editora Madras.

Ian Flemming, o criador de 007 & Aleister Crowley

O filme "Spymaker A Vida Secreta de Ian Fleming" apresenta uma boa síntese da vida agitada do criador de James Bond, que assim como o personagem do cinema interpretado por Sean Connery bebia e fumava demais.Ian foi um grande comandante a frente dos serviços de inteligência, esteve pessoalmente envolvido no planejamento e supervisão de duas unidades de serviço ativas, a 30 Assault Unit e a T-Force.Já o papel de Aleister Crowley na espionagem e mesmo na primeira e segunda guerra foi sempre envolto em situações amplamente controversas.Algumas vezes foi acusado de ser agente duplo ou mesmo triplo.(há ainda quem conte que a célebre Abadia de Cefalu, foi originalmente financiada pelo governo britânico para servir de ponto de observação de movimentos navais italianos)Talvez o episódio mais famoso de Crowley na segunda guerra tenha sido a criação do sinal do "V" de vitória em contraposição ao "Sieg Heil" dos alemãos - história curiósa e amplamente alardeada por ele próprio.É factual que Crowley foi consultor e fornecedor de "insights" para o serviço secreto a respeito de grupos ocultistas subversivos e revolucionários.Referente a "Operação Mistletoe", Alan Richardson citando Spence nos conta que:


"(...)Juntos, Flemming e Crowley organizaram Sappers - engenheiros militares - para abrirem clareiras circulares e uma pista ladeada por árvores na floresta de Ashdown.Então, organizaram para soldados canadenses vestidos com mantos improvisados com símbolos místicos desempenhassem, sob um enorme retrato de Hittler, o que parecia ser um espantoso rito.O crucial foi que dois agentes alemãos à paisana chamados "Kestrel" e "Águia do Mar", contatados por intermédio da Missão Romena em Londres, haviam sido convidados a comparecer às impressionantes cerimônias.Quando transmitiram suas impressões aos representantes do Führer, Rudof Hess, tão envolvido em coisas ocultas como Himmler, ajudaram a persuadi-lo de que a Aurora Dourada não só estava viva e bem, como era parte de um genuíno Partido da Paz Britânico, cujo o líder era o Duque de Hamilton.Hess se convenvceu de que a Grã-Bretanha poderia ser persuadída a se unir à Alemanha na Guerra apocalíptica de Hitler contra a Rússia Soviética.
Flemming e outros membros do serviço de inteligência criaram então uma campanha de desinformação em que vários astrólogos previam que um evento significativo iria ocorrer em 10 de Maio de 1941.Certificaram-se de que esses anúncios alcançariam ou ouvidos do representante do Führer, que naquele momento planejava entrar na Grã-Bretanha pilotando sózinho um avião, certo de que ao aterrisar teria um encontro particular com rei George VI e outras figuras importantes, e que a paz seria estabelecida com os ingleses.Sua certeza se baseava no fato de que havia sonhado exatamente com esse cenário, que ele encarou como visão do futuro.Isso levou alguns a especular se Crowley não teria usado sua magia para entrar na mente de Hess.Mais de uma vez, a própria CIA testou depois a tática - com sucesso inúmeras vezes, então não devemos despreza-la como absurda.
Hess, então, aterrisou na Escócia, onde foi preso e levado ao quartel do MI5 em Londres, para ser interrogado.A sugestão de Flemming a Churchill de que Aleister Crowley seria o homem mais qualificado para lidar com Hess foi ignorada.Ao menos oficialmente. Extraoficialmente, ao que parece, Crowley passou três semanas interrogando-o em uma base altamente secreta conhecida como Latchmere House.Não se sabe quais foram os resultados.É bem provável que ele tenha usado mescalina, um tipo de droga da verdade.Enquanto isso, do outro lado do Canal da Mancha, o partido Nazista imediatamente deserdou Hess assim que perceberam o que havia acontecido eo que havia dado errado, e desprezaram o solitário piloto, tachando-o de ocultista louco que havia agido por contra própria.O próprio homem passou o resto de sua longa vida em várias cadeias.(...)" segundo Alan Richardson em "Aleister Crowley e Dion Fortune: O Logos do Aeon e a Shakti da Era"lançado no Brasil pela Editora Madras.


Magistas e Ocultistas envolvidos em operações secretas governamentais não são exatamente uma novidade.Os próprios Aleister Crowley e Dion Fortune contavam com integrantes de serviços de inteligência que participavam de suas ordens e sociedades discretas.Se pensarmos nos departamentos secretos dos exércitos que fizeram uso do psiquismo nos tempos da Guerra Fria teremos um quadro digno de teorias da conspiração interessantíssimos.Recuando no tempo vamos encontrar os exércitos fantasmas e furiósos das estradas e encruzilhadas da noite e muitos outros temas correlatos - presentes até na construção planejada de "assombrações" nos castelos medievais com truques de ilusionismo e boatarias apropriadas - como nos conta Umberto Eco em suas obras.

O célebre Abade Trithemius foi o criador de um complexo sistema de cífras amplamente utilizado por militares do seu tempo e posteriores.O mago elizabeteano John Dee era nomeado como os confiáveis olhos de sua rainha em diversas missões secretas através da europa continental - sem nos esquecermos que nas correspondências entre ele e sua empregadora o mago assinava 007; por vezes seu parceiro o vidente Edward Kelley o acompanhou em tais empreitadas, sendo que até mesmo o alfabeto de poder Enochiano desenvolvido por eles chegou a ser acusado de um sistema de cífras militares britânico.O grande historiador e revivalista rúnico Johanes Bureus da Suécia também prestou serviços de cifras com sua criação - e foi um tutor de um grande rei daquele tempo.E claro não podemos nos esquecer de Cornélio Agrippa que durante sua vida na renascença conduziu tropas e missões de espionagem.(aliás, não deixem de ler o artigo sobre o re-lançamento do célebre "Três Livros de Filosofia Oculta").

Em futuros artigos ainda irei explorar a questão das bruxas e ocultistas ao longo das grandes guerras com o envolvimento Britânico que são realmente curiósas e fascinantes - principalmente sob o viés antropológico e da área de humanas - bem como do viés "MÌTICO" tão apreciado por nossos leitores e leitoras.Me despeço de todos, convidando a um pouco de escapismo saudável na véspera do feriado de 14.11 no evento FANGXTASY no POISON BAR & BALADA à Rua Mourato Coelho 651 próximo do metrô Faria Lima.Mais detalhes no Flyer Abaixo (no melhor estilo 007 ;-)


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